sábado, 7 de novembro de 2009

As Ilhas Taquile

Deixamos Amantaní pela manhã acompanhandos por Judite que nos levou até o cais logo após a café. Nos despedimos da simpatica garotinha, e embarcamos na lancha. Dei-lhe uma boa gratificação pelo seu empenho e dedicação e algum dinheiro brasileiro. Se não conseguir trocá-lo servirá para coleção! Creio que em suas mãos aquela cédula teria mais encanto do que nas minhas naquele momento. Rs.


Alguns 40 minutos depois estavamos em Taquile. O vento que soprava forte agitara o Titicaca. Não imaginara que naquela parte do lago a força dos ventos provocava ondas embalando o barco neste pequeno trecho da viagem.  A nossa expedição  atracou do outro lado da ilha para fazermos uma caminhada de três kilômetros contemplando a natureza e a paisagem da região. Boa parte da caminhada foi subida, e aqueles mesmos problemas já relatados com subidas em atitudes voltaram a acontecer.  É Preciso caminhar devagar. O guia deixou o grupo a vontade, cada um no seu ritimo, combinando com todos um horario para nos encontrar na praça central da ilha, era só seguir a trilha. 
A vista é deslumbrante, a paisagem maravilhosa.
Depois entendi porque descemos daquele lado da ilha, a subida embora puxada era bem mais suave do que se tivessemos encarado os 567 degraus que descemos para sair da ilha. Não se trata de uma escadinha plana e reta, ela contorna a montanha em zigue zag,com degraus altos , baixos  e espassados é quase uma trilha desalinhada de pedras. Penso que muita jente ia desistir de subir.



Taquile é uma ilha rochosa, a maior do lago Titicaca é localizada a 35 quilômetros ao norte do Puno; conserva tradições intactas, costumes e as leis do tempo incaico.  A única vila fica no alto montanha à 190 metros acima do lago.
Conforme subíamos, encontramos muitos taquilenhos fazendo suas atividades diárias que são basicamente a agricultura e o artesanato. Seus trajes logo nos chamaram a atenção pois são diferenciados conforme o estado civil de cada um. As mulheres casadas normalmente se vestem com saia preta e blusa de cores sóbrias. Sobre a cabeça levam um xale de lá negro. As moças solteiras também usam o xale, mas suas roupas são de cores vivas e com enormes e coloridos pompons nas pontas do xale. Todas usam de 5 a 6 saias, uma por cima da outra. Os homens em geral usam calça e colete pretos e uma cinta larga e colorida na cintura. Junto à cinta levam uma bolsa onde carregam as folhas de Coca. A diferença entre solteiros e casados está no gorro. Os solteiros um gorro branco e vermelho e os casados um gorro vermelho. Se o homem solteiro está comprometido usa o pompom do gorro para o lado. Se está disponível, usa o pompom para trás. Eles respeitam uma lei antiga que é também adotada por outras ilhas que passamos no Titicaca:
Ama Sua – Não seja ladrão.
Ama Kella – Não seja preguiçoso.
Ama Llulla – Não seja mentiroso.
Além disto, o principio de companheirismo e da reciprocidade são muito fortes na ilha.
Se alguém precisa de ajuda, todos ajudam. Cada comunidade tem um presidente a quem todos os conflitos e necessidades são apresentados. Como sinal de sua autoridade, estes chefes usam um gorro colorido sob um chapéu escuro. Todos os Domingos, depois da missa, os presidentes das diversas comunidades se reúnem com o prefeito eleito por 4 anos  para discutirem soluções dos problemas. A reunião só acaba com a solução a cada caso. Com isto o clima de paz na ilha é preservado.


A pessoas da vila também são muito saudáveis. Existem poucas doenças e a média de vida é um das mais elevadas do Peru, chegando aos 85 anos. Isto se deve muito a vida tranqüila e ao fato de se alimentarem basicamente de vegetais. Os animais da ilha são usados para a agricultura, para tirar leite e lã.
Depois de quase uma hora de caminhada chegamos a vila. Um grande arco marca entrada, assim com a divisa entre as comunidades. Na praça principal, há um grande prédio onde todo o artesanato é vendido através de uma associação local. Neste lugar a maioria deste artesanato é feito pelos homens e não pelas mulheres. Eles passam boa parte do dia tecendo bolsas, sacolas e outros objetos que usam ou vendem.  Fazem isto o tempo todo, mesmo quando estão conversando ou resolvendo problemas. As mulheres cuidam de fiar a lã, da casa e também do gado.

Existe na praça um prédio com uma exposição de fotografias mas estava sem  as fotografias. rs.

Fomos almoçar em um restaurante indicado pelo guia, pedimos uma truta do lago que vem como entrada sopa de Quínua.  Jeanne não gosta de sopa então fiquei com a a entrada. Pagamos 15 soles pelo almoço, é o preço cobrado em todos os restaurantes da ilha,  ainda bem que só pedi um prato  porque a comida não estava boa, o arroz sem gosto e a truta sem tempero, o guia deve ter nos levado a um restaurante onde ele sem dúvida recebeu uma comissão mais alta sem se importar coma a satisfação de quem iria comer. A maioria dos grigos deixou a comida toda no prato.
Após o almoço fizemos uma caminhada até a escadaria, descemos até o cais e embarcamos de volta para Puno, navegando mais 3:30. Chegamos a Puno e fomos para o hotel tomar banho e descansar para mais tarde pegarmos o ônibus para Cuzco! Chegando lá quem nos esperava foi o Ernesto em quem confiamos a compra das passagens, o mesmo que nos indicou o hotel e nos vendeu o passeio. Ao chegarmos na rodoviária tivemos uma surpresa, as passagens custavam 20 soles e não os 35 que pagamos para o Ernesto confiando na sua informação para que comprassemos com antecedência a fim de não correr risco de embarcar por conta do feriado de finados onde as pessoas viajam com muita frequencia. Então está ai a dica: Passagens rodoviárias comprem direto nas empresas das rodoviárias. Pelo valor que pagamos poderiamos ter viajado com um pouco mais de conforto no buscama. A culpa foi nossa, por não ter visto isso logo no  desembarque quando chegamos, ao menos ele nos encaminhou para a San Martín uma empresa boa.




 Saimos de Puno no bus de 21:00, uma viagem tranquila chegando em Cuzco as 4:00 da manhã!


Volto para relatar esta história também engraçada!


bjs

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