Consegui comprar algumas coisas em uma feira atrás do hotel, o mercado demorava abrir e nossa aula de espanhol seria de 9:00 as 11:00. Depois saimos para almoçar... Comemos algo mais conhecido para compensar o almoço indigesto de ontem.. Ovo com calabresa, batatas fritas, frango frito...
Desta vez Jeanne comeu bem mais animada.
Desta vez Jeanne comeu bem mais animada.
Após o almoço, demos uma volta no casario colonial e fomos ao museu da Universidade católica visitar "Juanita"
A entrada do museu custa S/15 soles mas com carteira de estudante se paga S/5 soles. Uma dica: Quem tem carteira de estudante deverá troca-la por uma carteira de estudante internacional. Você pode ver no google qual o procedimento para fazer esta carteira, não fizemos isto, mostramos as nossas carteiras nacionais mesmo, após alguns minutos de conversa aceitaram os nossos documentos!
Bem.. vou falar um pouquinho sobre o museu e "Juanita" a dama do Gelo! É uma história muito interessante:
Acreditava-se, entre as comunidades dos Andes, que os habitantes daquelas elevadas altitudes se originavam nas montanhas e era para lá que algumas delas deveriam voltar. Com "Juanita não foi diferente"
Ela era bela, saudável e, provavelmente, pertencia a uma nobre família andina. Apresentava motivos suficientes para que lhe tirassem a vida, ainda adolescente, e dedicassem seu corpo frágil como uma especial oferenda ao Apu Ampato, uma montanha sagrada, a 80 km de Arequipa. Não poderia haver orgulho maior para sua família.Esse foi o destino da jovem múmia de mais de 500 anos encontrada congelada a 6.312 metros de altura, sobre o topo do vulcão Ampato e a uma temperatura de 20° negativos, e que se tornou uma das atrações mais visitadas do sul do Peru.
Encontrado em 1995, após uma forte erupção no vulcão vizinho Sabancaya, seu corpo impressiona pelo alto grau de preservação e pela variedade de informações encontradas após os diversos testes realizados.
Acredita-se que o complexo ritual de oferenda aos deuses, que incluiu até uma viagem a Cusco, teria acontecido em 1466 d.C, quando a garota tinha entre 12 e 14 anos de idade. Após uma longa sequência de festividades, em que estaria em jejum e sedada com uma bebida alcoólica local conhecida como "chicha", Juanita recebeu o golpe mortal no supercílio direito para que pudesse iniciar sua viagem, sem volta, em direção ao mundo das divindades.
Na bagagem, utensílios como sandálias menores a serem utilizadas após a sua reencarnação, oferendas aos deuses como penas de papagaio e imensas túnicas feitas com lãs de alpaca, brinquedos em forma de bonecos e uma chuspa, pequena bolsa com folhas de coca e milho torrado para a longa viagem ao mundo superior dos incas.
O que hoje significaria uma brutalidade incompreensível, no passado fora motivo de honra para as famílias envolvidas naqueles rituais de finalidades variadas. As oferendas humanas eram realizadas em ocasiões especias como a ida de imperadores a guerras, após a morte de alguém ou em festivais incaicos importantes.
No entanto, o ritual não significa um orgulho só para aquela família inca, mas para toda a comunidade científica envolvida nas constantes investigações pelas quais Juanita, declarada Patrimônio Cultural do Peru, ainda é submetida. A menina, encontrada em posição semi fetal e com as pernas flexionadas, é considerada a múmia em melhores condições de preservação ao longo de todo o território que abrangeu o império inca, entre o Equador e a Argentina.
Atualmente, o centro de investigações do museu conta com 6 congeladores especiais esfriados com temperaturas que chegam aos 26º negativos, além de câmaras especiais para exibição e conservação. Não é a toa que a bem conservada múmia de mais de 500 anos está exposta com dentes e órgãos internos ainda intactos. Diferente de outras múmias incas, Juanita não foi exposta ao processo de embalsamento, o que lhe garantiu o atual estado de conservação.
A Pacha Mama fez sua parte, escondendo Juanita, durante anos, sob as camadas geladas do Ampato, mas a tecnologia moderna também foi a melhor aliada na preservação desse impressionante trecho da história da América do Sul.
O Museu Santuários Andinos da Universidade Católica Santa Maria, além da exposição da Juanita, é famoso pela sua coleção de oferendas incas aos apús, montanhas sagradas. A múmia Juanita está exposta de maio a dezembro e nos outros meses é retirada para estudos em laboratório.
Saimos do museu encantados com tudo que vimos ali, os utensilios da época os instrumentos musicais andinos, a conservação do seu acervo e é claro, a própria Juanita.
Fomos visitar a catedral, a sua imponência chama atenção de longe.Foi fundada em 1621 e totalmente reconstruída no século XIX, por ter sido destruída por terremotos. Sua impressionante fachada é o que mais chama a atenção. No relógio da torre pode-se ver um buraco de bala, disparado durante um massacre de estudantes, em 1950. No interior da catedral pode-se admirar um altar principal de mármore italiano, um pulpito de madeira trazido da França e um órgão da Bélgica, que é o maior da América do Sul. .
Visitamos uma escola de intercambio na qual eu havia feito contato ainda no Brasil. eles enviam alunos para estudar e trabalhar em diversos estados do Brasil inclusive a Bahia.. Fui convidado para dar uma palestra para seus alunos sobre a Bahia, o que farei com o maior prazer em uma sexta-feira no centro de estudos Brasileiros do Perú - Casa do Brasil.
Fico por aqui! hj.. saludos!