terça-feira, 27 de outubro de 2009

Passeio ao Canyon Del Colca

Tudo pronto, vamos sair! Eram 6:30 da manhã quando levantamos para o café e seguimos em direção a Plaza de Armas para encontrar a Van que nos levaria ao Canion Do Colca as 8:00. Como sugestão comunico que só vale a pena fazer este passeio em dois dias, no nosso caso, saimos sábado e voltamos no domingo. Tem muitas cidadezinhas e povoados para visitar no caminho, além das paradas nos mirantes e  observatórios das vicunhas, alpacas, lhamas e outras cursiosidades. Após alguns dias de pesquisa minuciosa percebemos que o passeio em um unico dia não é tão interessante, cansativo sem contar que não será de todo proveitoso...Estavamos certos! 
As agencias cobram por este passeio S/70,00 soles, algumas incluindo a hospedagem! Existem muitas agências de turismo em Arequipa, elas vendem o passeio, mas somente três ou quatro empresas o operam. Isto significa que você comprará o passeio com uma agência e o fará com uma outra que operara diariamente o roteiro. Isto acontece porque cada agencia vende o passeio para uma quantidade pequena de pessoas, então eles repassam seus passageiros para a agência que vai operar o roteiro. É assim em todas as cidades turisticas inclusive em Salvador, por isso não faz muita diferença onde vc vai comprar o passeio, o turismo aqui está cada vez mais profissional, os guias são muito bem preparados e todos falam espanhol e Inglês. Nossa guia a Miley deu um show de conhecimento em cada detalhe do que observavamos pelo caminho. Um curso para formar um guia dura três anos e todas as materias são presenciais e participativas com visitas técnicas.
Uma dica: Procurem comprar o passeio com a hospedagem incluida, no final todos vão para o mesmo hotel a não ser que vc pague mais caro para ficar em um hotel melhor, porém a cidade de Chivay é pequena e agradável e os poucos hoteis são simples mas aconchegantes, agua quente no hotel é fundamental, a noite a temperatura caiu para 4 graus.
 Há outras taxas que não estão incluidas no passeio, um boleto turistico na entrada da cidade de Chivay S/35,00 soles por pessoa, havia uma promoção para extrangeiros e pagamos apenas S/ 17,50 soles por pessoa e S/10 soles para o banho nas Caleras, vou falar sobre isto um pouco mais abaixo.

A nossa primeira parada do roteiro foi na saida da cidade de Arequipa para comprar água e, usar banheiros, são 5 horas de viagem até Chivay contando com as paradas.. Aproveitamos para comprar alguns caramelos de coca. 

Seguimos viagem, 1:30 depois estavamos a 4000  mil metros quando chegamos a Patahuasi, uma pequena parada com lanchonete e feira de artesanato. Aproveitamos e tomamos chá de coca, desta vez com uma plantinha chamada Chachacoma, que também ajuda a evitar o mal de altura.


Na verdade muita gente não diferencia a folha de Coca usada pelas comunidades andinas da Cocaína, uma droga extraída da mesma planta. A folha de Coca não é droga, não vicia e nem tem efeitos colaterais. Só facilita a circulação do sangue e a digestão. Ela permite que as pessoas que vivem em altitudes elevadas, onde o ar é rarefeito executem suas atividades normalmente.




No caminho rebanhos de alpacas,  vicunhas e Lhamas posavam para as fotografias. Não vimos nenhum Guanaco o quarto membro da família, pois eles estão quase extintos no Peru. Vimos também muitas pessoas com seus trajes típicos. Lindos! O Peru é um país alegre e colorido. As pessoas, as roupas, as comidas, enfim, tudo exala alegria. Não é a toa que todos ficam fascinados ao visitá-lo.


Nossa viagem continuou subindo as montanhas até 5 mil metros onde paramos no Mirante dos vulcões, deste ponto poderiamos ver os vulcões Sabancaya e o Ampato, onde foi encontrado a múmia "Juanita".

A uma temperatura de 8 graus, pequenos flocos de neve caiam sobre nossas cabeças, como que abençoando a nossa presença naquele lugar inóspito. Aqui sentimos a presença de Deus adimirando  as maravilhas da sua natureza divina, e a emoção de sentir a neve pela primeira vez!







 Estes pequenos motinhos de pedras fazem parte de uma antiga tradição pré-incaica: em um gesto de respeito e fé, turistas do mundo inteiro constroem estes montinhos de pedra e fazem seus pedidos que serão atendidos pelos deuses das montanhas.

Jeanne cumprindo o ritual.. pedindo  as forças da natureza muito amor e felicidades para nossas vidas.

Não se pode tirar as pedras dos montinhos exisitentes, trará má sorte. Ninguém mexe...Segundo reza a tradição, caso não queira construir um novo monte pode-se colocar pedras num montinho já existente, porém nunca removê-lo! Em todas os lugares que passamos vimos esta demonstração de fé aos deuses das montanhas!



Em uma outra parada em um mirante observatório pudemos tirar fotos com as crianças e seus filhotes de lhamas. Os Lhamas habitam os arredores da Cordilheira dos Andes, em países como Bolívia, Chile, Peru, Argentina e Equador. São animais que foram domesticados há aproximadamente 4000 mil anos, sendo que hoje não são mais encontrados lhamas selvagens. Foram muito importantes para os povos incas, sendo que, na época, eram os únicos animais domesticados. Esse animal faz parte da mitologia andina. 
São utilizados para produção de carne, couro e lã. Atualmente, as criações de lhama em cativeiro visam principalmente à produção de carne e a utilização para o transporte de carga.
  
O Lhama é um mamífero ruminante, é parente próximo da Alpaca, do Guanaco e da Vicunha. Sua aparência é curiosa, seu pescoço é alongado e seu pêlo, fino e longo, tem cores em tonalidades diferentes. Sua cabeça é oval, diferente da cabeça redonda das alpacas. Pode atingir 1,7 metros de altura, seu comprimento varia entre 1,4 e 2,4 metros. Foto: com o bebê lhama nos braços. Lembrando que para tirar fotos com as crianças e os animais deve se dar uma gorjeta para elas.


Depois de ultrapassar os 5 mil metros, descemos a encosta até a parte alta do Vale de Colca, a 3.300 metros. Nos hospedamos na cidade de Chivay, uma autêntica vila andina com praça central, igrejinha, feira e mercado de produtos típicos. Fomos almoçar em um restaurane de comida tipica onde tive a oportunidade de experimentar todos os pratos peruanos que ainda não tinha conhecido. Experimentei carne de cuy, o porquinho da india que é utilizado na alimentação, sua carne tem mais de 20 por cento de proteína, contra 7% de gordura, em comparação com frango ou carne.

Aproveitei para ouvir um músico e sua harpa que se apresentava no reustaurante. O som do fino instrumento e suas melodias andinas encantavam o ambiente com a suavidade do toque das suas mãos. Conversei com o musico e fiz algumas filmagens do seu som espetacular no qual nos presenteou com o som de Roberto Carlos  (meu querido, meu velho, meu amigo...) recordando-me o Brasil.O almoço é um Buffet livre que custa S/20,0 soles por pessoa.



Foi na saida do restaurante que conhecemos Harry Potter, uma mistura de lhama com Alpaca que acompanhava duas crianças que tiravam fotos com turistas. O animal era muito docil e parecia sorrir quando fotografado, compramos uma lhaminha miniatura para ser nossa mascote nesta viajem na qual batizamos com este nome, as crianças peruanas aprederam a viver do turismo nesta região, hora ajudando seus pais nas vendas dos produtos confeccionados por eles, hora criando animais para servirem como cartão postal! É uma maneira que se tem se sobreviver por aqui!


A cidade peruana de Chivay é a capital da provincia de Caylloma, situada no Departamento de Arequipa , pertencente a Região de Arequipa no Perú situada a há 3650 metros de altitude distante 160 km de Arequipa.



Esta igrejinha de Nossa senhora da Assunção de Chivay localizada na praça da cidade, possui um formoso retábulo barroco do século XVII, um sacrario que data do século XVI e várias pinturas murais entre as que se encontram representações dos Apóstolos e do Batizo de Cristo, pintados entre os séculos XVII e XVIII.

Saimos para passear pela cidade e aproveitamos para conhecer o artesanato local, onde compramos algumas lembranças da região. As 4 da tarde a van foi nos buscar com a guia Miley para conhecermos as calleras, um
 complexo, administrado pela municipalidade de Chivay que possui várias piscinas de águas termo-medicinais com altos conteúdos de enxofre e ferro, que ajudam no tratamento de doenças como o reumatismo e a artrite. Estão localizadas a aproximadamente 5 minutos da cidade, custa S/10 soles se você for tomar banho e S/5 soles apenas para conhecer. Estava frio e Jeanne não quis tomar o banho. As aguas quentes chegam a uma temperatura de 39 graus e o seu aquecimento natural se dá por conta da proximidade com o vulcão. A guia nos mostrou o lugar onde a água brota da pedra onde chega até 80 graus.
O mais dificil foi tirar a ropua quente para entrar na piscina, você recebe uma chave de armário para guardar seus volumes. No momento em que tirei as meias e pus os pés no chão era como pisar em um bloco de gelo. Fomos informados que para entrar na piscina seria necessário um banho no chuveiro, mas pelo visto só eu fiz isso e logo entendi porque. Á agua que cai do chuveiro não é aquecida e devia estar a uns 8 graus, sai trincando  do banheiro e pulei nas águas quentes da Callera...Isto foi para aprender a não fazer tudo  que te mandam.

Surpeendentemente depois que sai da água não sente mais frio. Eu fiquei de camiseta a uma temperatura externa de aproximadamente uns 10 graus. Notei que todos que saiam da água extremamente quente não sentiam frio. Foi excelente..

Voltamos para o hotel para nos preparamos para a noite assistir a um show folclórico e jantar. 


Não estavamos com fome e optamos em não jantar, assistimos uma parte do show folclorico e resolvemos retornar ao hotel para descansar, eu estava com um pouco de dor de cabeça, tomei apenas um matte de coca e fomos para o hotel, a saida para o canion do colca seria as 6:00 da manhã e isto significava que teriamos que acordar as 5:00 sobre um frio de 4 graus. Nos despedimos do grupo e da guia e fomos descansar.
Levantamos as 5:00. Jeanne não dormiu bem por conta do frio! É bom trazer um sorine ou algo similar, o ar gelido da madrugada bloqueiam a passagem de ar pelo nariz, esta é uma dica necessária. Acordamos um tanto cansados e fomos tomar café, em Chivay amanhece muito cedo e as 5 horas já estava tudo claro. Comemos pão com geleia, queijo e presunto , tomei chá de coca e aguardamos a van passar as seis para a saida do passeio.
 “Domingo fue un dia largo”. Em Português seria: Domingo foi um dia comprido. No final tudo significa a mesma coisa: Um dia longo, muito longo. Acordamos cedo por dois motivos: o primeiro é que os Condores sobrevoam o cânion até no máximo às 10 da manhã., depois vão caçar em outro lugar, e o segundo é porque o cânion fica a 45 quilômetros de Chivay por uma estrada de terra não muito boa. No caminho, muitas paradas, uma mais interessante do que a outra.
O vale do Colca oferece a seus visitantes uma viagem através da história da região. Além dos costumes e tradições que se mantiveram no modo de vida de seus povoados.

O Canion do Vale do Rio Colca  é a porta de entrada para o Valle del Colca, onde estão algumas das maiores belezas naturais da América do Sul. A trilha passa por paisagens deslumbrantes, atravessa aldeias e pastagens com rebanhos de alpacas, lhamas e vicunhas. Há povoados bem interessantes às margens do Rio Colca, com um bom patrimônio de igrejas barrocas, construções coloniais e belas paisagens. Diversos lugarejos esquecidos no tempo.

O primeiro foi no povoado de Yanque, ainda na parte alta do vale. Na estrada encontramos várias pessoas com trajes típicos esperando pelos turistas.
No vale do Colca as mulheres se vestem de maneira tradicional. Usam 4 saias, dois coletes e um chapéu bordado. Tudo muito colorido. As que moram na parte mais alta do vale de Colca, usam chapéu de copa alta e motivos tirados da fauna e flora da sua região. As mulheres da parte baixa, usam um chapéu com copa mais arrendodada e de abas caídas. Os motivos dos bordados também são diferentes. Detalhe: As solteiras usam um adorno no lado direito do chapéu. As casadas usam dois, um de cada lado. Tenho certeza que isto evita muita confusão.

Conforme avançamos no vale ele foi se tornando cada vez mais profundo até se transformar no Cânion de Colca, o maior Cânion do mundo. Na sua parte mais profunda tem 4.280 metros deste o topo da montanha até o rio. Depois de muitas paradas e fotos chegamos ao lugar conhecido com “Cruz del Condor”, um mirante natural para se observar o vôo do Condor. Estava cheio de turistas,  que esperavam a chegada do protagonista. Decemos da van antes da chegada do mirador e fomos caminhando por uma trilha que contornava as montanhas, após uma hora de caminhada admirando as maravilhas das paisagens montanhosas e chegamos finalmente a Cruz do Condor.

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O Condor é a maior ave do planeta com uma envergadura que supera os 3 metros e vive em média 70 anos. Vivendo nas regiões de altas montanhas ele praticamente não bate as asas, ele usa o vento e as correntes térmicas para planar. É m vôo majestoso e suave. O Condor está quase extintos em alguns paises andinos, mas aqui no Cânion de Colca ele aparece com freqüência. Esperamos  alguns minutos até que o primeiro deles apareceu bem perto, vimos outros que voavam mais distante, consegui fazer algumas fotos e também uma filmagem. Era uma ave velha de plumas marrom, um macho grande que media mais de 3 metros com as asas abertas, dorso negro com manchas brancas, com um colar de plumas brancas em volta do pescoço e a cabeça pelada. Para delírio de todos, ele passou bem sobre nossas cabeças.

No mirante do Condor, existe banheiro com água encanada e um forte comércio, vende-se de tudo, comida da região, chocolates, cartões postais e fotos dos condores, chicletes, água e o que você precisar. Ficamos no local por volta de 1:30 hora, voltamos depois e fizemos uma parada no povoado de Maca, visitamos a igreja de de Santa Ana de Maca; Conta com uma formosa fachada enfeitada com arcos, no interior conserva belos altares barrocos, o sacrário e uma imagem de Cristo crucificado que data do século XVI. Maca é um povoado localizado nas bordas do Vulcão Sabancaya e do nevado Hualca-Hualca, a 23 m ao oeste de Chivay. Foi neste lugar que fizemos as fotos com os animais dos Andes. Os animais de estimação deles são um pouco diferente dos nossos. A maioria destes animais foram encontrados machucados ainda como filhotes e assim adotados pelas famílias. Sei que não é muito correta esta atitude, mas não resisti a ser fotografado com uma grande águia  andina nos braços. Isto sem falar na lhama.

Estes animais são adestrados e quando colocamos o chapéu sobre a cabeça ele sobe para posar para fotos.

Após a visita a Maca voltamos para almoçar no povoado de Chivay em um restaurante tipico com som ao vivo. Não optamos por buffet desta vez pois Jeanne come pouco, pedimos um unico prato que acompanha a entrada e o prato quente deu perfeitamente para dividir para nós dois, é hábito do Peruano comer muito  então normalmente um prato é muito bem servido, pagamos S/15 soles no almoço com mais S/ 9,0 em uma jarra de Chicha Morada. Sem as paradas na volta nossa viagem durou apenas 3 horas chegando em Arequipa as 15:30. Fomos para o hotel descansar e nesta noite adormecemos profundamente.


MOMENTOS DE REFLEXÃO



Admirando as formações mantonhosas e a beleza do Cânyon





Observando as plantações que remonta o período pré-incaico





















































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Luiz é guia de turismo com 10 anos de experiência no segmento, formado em turismo e pós graduado em metodologia do ensino para educadores do nível superior. Professor, apaixonado pelo setor, desenvolve novas técnicas e melhorias para o turismo na sua cidade. Quem conheceu Salvador através da sua ótica, sabe que ele não é apenas um estudioso no assunto mas também um autêntico Baiano apaixonado pela arte, cultura e memória do seu povo. Precisando dos seus serviços bem como dicas e informações adicionais basta entrar em contato ou acessar sua pagina. Ele terá imenso prazer em auxiliá-lo. Visitem seu site: www.luizguia.pro.br