segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A cidade de Cuzco

A van no deixou perto da Plaza de Armas em Cuzco por volta das 22:00. Decemos caminhado e a fim de procurar um lugar para passar a noite. Já houviramos falar que a hospedagem em Cuzco é  cara, cidade turistica é explorada, os hoteis perto da praça de armas cobravam diárias a partir de U$ 50 dolares. Estava um frio de trincar os ossos, encontramos um hostal bem simpleszinho com pernoite por 30 soles, deixamos a bagagem e saimos para comer. Achamos um restaurante bem frequentado na praça de armas, o ambiente só tinha forasteiros e alguns Brasileiros  também. Cuzco tem muito extrangeiro em todo lugar, quase não sobra espaço para os cusquenhos. Pedi um refrigerante e de pronto a garçonete me perguntou se eu queria gelo. Aleluia, eles estão mais acostumados a trabalhar com Brasileiros, finalmente um refri gelado. Comemos uma pizza e voltamos para o hotel. No caminho um mercadinho, que cidade cara.  Os valores aqui são quase dobrados comparados a Arequipa. A noite não foi muito boa, o frio era intenso. Encerramos a conta pela manhã e fomos passear pela cidade. O hostal era tão chinfrin que não havia café da manhã. Pagamos 7 soles por pessoa para comer pão com manteiga, ovo e café com leite. Aqui não existe café farto como no Brasil e os Peruanos não tem costume de comer frutas, verduras e legumes. Fomos dar uma volta pela praça e visitar alguns monumentos que eu julguei interessante descritos no guia de Cuzco.

Cuzco era o centro do mundo para os incas. Por isso, os espanhóis construíram outra cidade em cima da suntuosa capital.
A origem de Cuzco se confunde com as lendas do império inca. Havia sido habitada por séculos antes da chegada deste povo, mas foi sob seu domínio que a região conheceu o apogeu.
No início da ocupação, a cidade era divida em dois setores: Hanan ( alto) e Hurin (baixo).

O grande planificador de Cuzco como sede do império foi o soberano Pachacutec. Para conseguir seu intento, Pachacutec ordenou a desocupação da velha Cuzco, elaborou um novo traçado para a cidade e tratou de repartir suas casas e terrenos entre aqueles que julgavam que deviam viver ali.
A reconstrução da cidade foi iniciada com a canalização de riachos, com isso, além de evitar enchentes, garantia o abastecimento de água para a cidade. O soberano convocava pessoas de vários impérios para a mão-de-obra.
 Cusco é, provavelmente, uma das cidades peruanas mais conhecidas no exterior. Não porque se trate de uma metrópole, na verdade não há mais que 300.000 mil habitantes nesta cidade que também é a Capital de uma província e de uma região homônimas. O grande reconhecimento internacional de Cusco se dá pela sua riqueza histórica e cultural.

   Segundo alguns achados arqueológicos, a região do Vale Urubamba, onde Cusco está situada, é habitada desde o terceiro milênio antes de Cristo. Entretanto, os estudos mostram que a primeira vez em que se estabeleceu um sistema comunitário com instituições sociais e grandes obras de irrigação (o que demonstra a existência de um estado), algo que podemos chamar de cidade, aconteceu no século XI AC, ainda no período da cultura Killke.

   Porém, os tempos áureos de Cusco chegam sob o império Inca, do qual a cidade foi capital por vários anos. O projeto urbanístico de Cusco  parece ter imitado as formas de um puma, dividindo a cidade em urin e hanan.  Para a sua construção, foi necessário canalizar dois rios que passaram, então, a contornar a cidade.Após a morte do Sapa Inca Parachuti (imperador que, segundo a lenda, fundou a cidade) a posse dos territórios que formavam Cusco era de alguns senhores que tinham a obrigação de fortificar as suas áreas. Depois da morte desses senhores, a posse passava para seus filhos, mas a administração das terras era feita por um grupo de parentes do antigo dono.



 Fizemos um tour caminhando pelas ruas conhecendo um pouco a cidade. Existe um boleto turistico que é uma especie de passe livre para visitar todos os atrativos e monumentos históricos arquitetônicos da cidade. Li na net que o referido boleto custa 70 soles mas uma agência queria vender-nos por 135 dolares. Desistimos de comprá-lo, visitamos apenas o que julgavamos interessante. A cidade toda é turistica e cada entrada de museus, igreja etc, custa de 10 a 15 soles.



A cidade possui uma boa infra-estrutura para recebimento de turistas, desde hotéis e restaurantes. Cuzco é na verdade uma cidade muito sofisticada, onde a cultura incaica se encontra com o melhor da cultura ibero-americana. Encanta o charme de seus prédios com balcões ricamente esculpidos em estilo moçárabe. Há restaurantes finos e bons.
É verdade que o acesso de turistas do mundo todo, com seus dólares e euros, inflacionaram os preços em Cuzco, mas o que percebo aqui no Perú como um todo, é que se procurar é possivel encontrar ambientes diferenciados e agradáveis onde é possivel comer bem e gastar pouco.




Os passeios obrigatórios pela cidade incluem a visita as suas incontáveis igrejas, capelas e conventos, que são de uma arquitetura belíssima. No entanto, a descoberta maior são as construções incaicas e pré-incaicas que fazem de Cuzco um verdadeiro sitio arqueológico a céu aberto. A maioria das igrejas e construções coloniais foi erguida em cima das paredes incas, que possuem uma tecnologia que minimiza os efeitos dos abalos sísmicos que assolam a cidade há milênios. Um destes sítios é a antiga residência oficial de Inca Roca. Embora parte dela tenha sido destruída pelos espanhóis, o paredão está bem preservado e resistiu melhor aos terremotos que algumas construções espanholas. Lá é possível observar a famosa “pedra dos 12 ângulos”, que sustenta todo o restante da construção e nos dá um pouco da visão sobre a tecnologia dos antigos incas.  

Deixamos a cidade de Cuzco por volta das 14:00 horas em direção a rodoviária, não havia ônibus para Arequipa naquele horário, teriamos que esperar até as 19:00. A solução  seria desembarcar em Juliaca e em outro ônibus seguir viagem até a cidade de destino.  Após dez longas horas, e muitos contratempos, chegamos em Arequipa quase as 2 da manhã.

Ao sair da rodoviária procurando um taxi, fomos abordados por dois policiais. Preocupados pela nossa situação de extrangeiros informaram para só pegar os taxis credenciados de dentro do terminal. No Perú qualquer veiculo pode ser um taxi e por medida de segurança, gentilmente o policial anotou o número da licença do taxista, nossos nomes e o endereço do nosso hotel. Gostei muito desta preocupação e apoio aos turistas em vista ao país.
Chegamos no hotel, banho e sono profundo!


 











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